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Gamma Normids

by Rei Bruxo

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  • Very limited edition BOX SET containing 18 square cards (15cm) with high-quality printed photographs, lyrcis and credits. Includes a QR Code for exclusive access to the live video of the entire concert, plus an unique code for the digital version of the album, redeemable at reibruxo.bandcamp.com/yum

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1.
Miragem 08:54
Era uma estrada ao relento Poeira de vermelho no alcatrão Suspensos, cabos de alta ilusão. Mesmo à beira, em aurora de ponta Pássaros e heras cobrem os muros E de era em era despem os tubos. Nas fendas nascem cactos e vigiam lagartos A montra encardida do pronto-a-existir. Mega-estruturas de momento e betão-alado. O semáforo é esfínge de ferro Ferrugem que sopra o horizonte. Um peso-pluma é alma-tijolo no arranha-céus que começa e desaba outra vez ali e por dentro Alucinou assim Morfeu Babel. Anfitrião de Esparta e Tebas. Imolação de pó. Parece ser assim todos os dias na cidade volátil onde o tempo abrandou tanto que parou. Nesta direcção, um ciclone radiante Vem cobrir este sítio de ausência. O vento, o vento, levanta, o vento, danado, levanta, o pó duma laje onde crescem as palavras: Aos ombros, ao colo, aos pés de gigantes.
2.
Caverna 06:04
Olho, osso Desde sempre estático Presos contra o pórtico Público enigmático E ao voltar à gruta, julgado louco O homem posto burro talvez desista um pouco Enquanto lambe as feridas não perde a esperança Mas, mudado o homem, muda-se a confiança Triste sorte! O único Solto desta gruta vê Que até então não viu mais do que Fantasmas e o novo mundo parece-lhe miragem E ao voltar à gruta, julgado louco O homem posto burro talvez desista um pouco Enquanto lambe as feridas não perde a esperança Mas, mudado o homem, muda-se a confiança São precisos mil anos para cegos olhos se habituarem à nova luz E ao voltar à gruta, julgado louco O homem posto burro talvez desista um pouco Enquanto lambe as feridas não perde a esperança Mas mudado o homem...
3.
Cela de Nada 06:44
Não poder culpar um deus por um passado e um futuro que não existem. Diante de escolhas impossíveis a liberdade é maldição. Logo agora foi Deus morrer.
4.
E Marte? 06:19
Plano, curva, arco, esfera Antes do sol quem nasce somos nós Fica o Atlas só janela Um tudo-nada azul Olhamos de frente Viramos costas, rumo ao poema A canção já chega a Júpiter E a Terra encolhe, criança pequena Qual ciclópica bruma, É tempestade em carne viva Tocamos no ombro o mundo Calma, não vai sentir nada (Ser-se cedendo ao sempre sendo tudo ao mesmo tempo) E aquela palavra – esta – fica Dizendo-se a si mesma E as próximas já orbitam Urano Colosso gelado É isso, voltar, se ainda há tempo. É que não, não é doença, é cura, caramba! E se ficarmos, seremos só mais um quarto fechado Oh, Plutão, foi por pouco, querido anão.
5.
Outra Saída 08:33
Ardeu, lançou, chegou à superfície de vez. Dorme agora em parte incerta Que o acaso o deixe ser Gente com as letras todas. Abre a porta e não volta mais. Apostam derrota atentas hienas. Dorme agora em parte incerta Que o acaso o deixe ser Gente com as letras todas. Abre a porta e não volta mais.
6.
Derrocada 04:04
Mas desde quando é que dizer o que é verdade é presunção? Com que cara diz agora “Não sei, não quero e não faz mal” Quis a resposta e encontrei no mesmo saco opinião Reveladora de uma tese lida na diagonal. Como foi que se ensinou o mundo a não pensar? Que rumo foi que sofismou a liberdade? Quando passámos a ver tudo sem olhar? Quem paga agora a conta dos que acharam caro conhecer? Demagogia intolerável usa o ódio para comprar a humanidade Prometendo o paraíso enquanto queimam os seus tomos; Quem se lembra do passado se ele for uma fogueira? O mundo inteiro vê as horas num relógio parado... O mundo inteiro vê as horas num relógio parado e ninguém parece reparar. Intolerância e conformismo são um par de namorados Menosprezam o saber só porque não se mede aos palmos. “O sono da razão engendra monstros” Arquitectos devassos levam a democracia ao escombro. Como interromper agora este curto-circuito Medrado na selvagem crosta comportamental? Crescem muros e distância alimentados a nada Que língua fala a multidão quando não sabe e está zangada? Saber ao menos a diferença... É inacreditável! Ah! Eu queria tanto conversar! E se não dá para ser Habermas Que ao menos se aprenda com ele: Uma conversa inteligível, sincera, racional, Pensar o mundo, perguntar, lançar-se em fome de real! Perguntar, isso sim, é um acto de revolução, Até sempre, isso sim, é um acto de revolução!
7.
Afinal qual é a pressa Se o tempo todo é espera Nunca chega, nunca dá Tudo em nome da promessa Tanta pressa para quê? Há-de vir a permissão De uma vida além robô Paciente sentinela Jura ao longe ver Godot Todos esperam um pouco Todos correm um pouco (Vamos lá, vamos lá!) Todos berram um pouco (Vamos lá, vamos lá!) Talvez o amanhã esteja prestes a chegar (Vamos lá!) De quem é então o pódio na corrida que não sai do seu lugar (Vamos lá!) Vamos a lado nenhum Vamos a lado nenhum Vamos a... espera, espera, espera! Mas como é isto? A gente corre enquanto espera Quase louca e barulhenta Noite e dia segue a máquina perpétua E tanto estrondo ouvido aqui Tanto barulho para nada Chega aos ouvidos em bicos de pés Tempo de existir, de exigir para si o tempo Pouco a pouco ver em tudo maravilha Quando de repente, súbito vislumbre Risca o nome da lista de espera Nunca mais levar pancada Não A vida agora, porra, agora
8.
Sete bocas cerram Sete faces giram Vulto gigante, monstro Velho pesadelo Ginga e balança A cauda pela rua Mata e mata a fome Com as mãos de quem dorme Mas acordado Como saber Se não é o monstro Que sonha agora ser ele Máquina triunfante Glória no desastre Treme o chão e o astro Ledo e vil gigante Horizontal o corpo Besta indomável Dorme em paz o monstro Dorme em paz o homem Mas acordado Como saber Se não é o monstro Que sonha agora ser ele Que estranho é o prazer que sente agora. Como voltar à humanidade sua? Como voltar a não saber ser um monstro? Sete bocas cerram Sete faces giram Vulto gigante, monstro Velho pesadelo Ginga e balança A cauda pelas ruas Mata e mata a fome Com as mãos de quem dorme Mas acordado Como saber Se não é o monstro Que sonha...

about

Sofia Fernandes: vocals & electronics
Ricardo Pinto: guitar
Marcelo Aires: drums & electronics
Guest bassist: Kevin Mota

credits

released October 13, 2023

Recorded live at Teatro Helena Sá e Costa (Porto, Portugal) on the 18th of March 2023 by Rui Barreiros.

Mixed and mastered by Ricardo Pinto

Music by Rei Bruxo. Lyrics by Sofia Fernandes.

Cover photo by João Fitas.

Live video filmed and directed by Coalblur.
Lighting design by Tiago Silva.
Video projection by Rei Bruxo.
Streamable exclusively through the QR Code contained in the Box Set.

Sample: www.youtube.com/watch?v=f0jsvhH85pE

© 2023 Rei Bruxo
www.reibruxo.com

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Apoiado pela Direcção Regional de Cultura do Norte.

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